RN: POLÍTICA
Do editor
O tema da hora na política do RN é a proposta avalizada pelos
senadores José Agripino, Garibaldi Alves e o prefeito de Natal Carlos
Eduardo, sugerindo a aplicação de uma pesquisa, a qual indicaria os
“melhores” nomes para a disputa majoritária no bloco partidário integrado pelo PDT, PMDB, DEM E PSDB.
O PSD, partido do governador Robinson Faria, não se pronunciou, ainda.
Igualmente, o PSB, partido no qual o vice-governador Fabio Dantas irá filiar-se no dia 17.
Em primeiro lugar há que se exaltar o desarmamento de espíritos e a abertura de um diálogo entre lideranças políticas tradicionais do Estado.
Nada a opor, nem criticar.
Porém, cabem análises e interpretações acerca dessa decisão
inesperada, partindo de uma chapa já anunciada como definitiva há dias:
Carlos Eduardo, para governador; Agripino e Garibaldi, para o senado.
CAUSAS DA PROPOSTA
A causa básica deve ter sido a “conclusão antecipada”, pela
experiência acumulada desses candidatos, de que a tendência popular não
os beneficiaria, por razões que o Estado todo conhece (dispensa
comentários).
Salvo o prefeito Carlos Eduardo, que faz uma boa administração, os
senadores José Agripino e Garibaldi Alves dão sinais evidentes de
“queda” nos percentuais que alcançam, muito reduzidos para quem já
governou o estado e teve vários mandatos de senador.
Empatados ou não são mínimos os índices coletados em favor dos dois
senadores, até agora, considerada a tradição da liderança de ambos.
Quanto ao prefeito Carlos Eduardo seria normal não atingir
percentuais elevados em sondagens municipais, pelo fato de não ter
lançado a sua candidatura e não ter sido no passado votado em todo o
estado.
Como deputado estadual, a sua votação histórica era concentrada em áreas específicas do RN.
O MAIS IMPORTANTE NUMA PESQUISA
Com os “novos tempos” que vive o país, o índice mais importante de
uma pesquisa pré-eleitoral não seria conhecer os índices favoráveis a
candidato a ou b, mas sim os percentuais de rejeição e os votos indecisos.
Aí está o “nó”!
GANHARÁ ELEIÇÃO QUEM CONQUISTAR INDECISOS
Aliás, poder-se-ia dizer com segurança, que ganhará a eleição de outubro quem for capaz de conquistar os votos dos indecisos.
O resto é conversa afiada.
A vitória nas urnas de outubro estará concentrada na capacidade que
tenham os candidatos, por mais fracos que possam parecer na largada da
campanha, de conseguirem o voto do “indeciso”, ou seja, aqueles
descrentes da política e que somente na “reta final” da campanha irão
decidir se votam, ou irão abster-se.
Cabe ponderar um dado fundamental: a regra fatal, na busca do voto “indeciso” é que a rejeição elevada impedirá essa conquista.
Torna-se impossível!
Sendo assim, o critério de aplicar uma pesquisa pré-eleitoral poderá
revelar tendências, conhecimento dos nomes lançados, porém jamais
mostrará o verdadeiro potencial eleitoral de um candidato.
Ao contrário, a pesquisa somente é absolutamente fiel, quando mostra a
rejeição e a “queda” de percentuais históricos em eleições passadas de
candidatos à reeleição.
Nesses casos há semelhança com uma taxa elevada colhida em exame de
sangue, levando o médico a preocupação de conhecer a causa para
diagnosticar.
Em política, diagnóstico de rejeição conduz inevitavelmente a
inviabilidade eleitoral do candidato, sobretudo quando a eleição está
próxima, por não haver tempo de superação.
Em tais circunstâncias, a grande utilidade da pesquisa seria permitir apenas uma “saída honrosa”!
Nada mais que isso.
PESQUISA PARA FÁBIO DANTAS SERÁ VETO
Um elemento de análise importante é a proposta do senador José
Agripino de inclusão do nome do pré-candidato Fábio Dantas para
submeter-se ao critério de uma pesquisa.
O vice-governador há pouco menos de uma semana admitiu a sua candidatura.
Ainda não tem nem o partido definitivo.
Fábio Dantas é um político respeitado, preparado para governar o
estado, porém a sua vida pública está restrita a mandatos de deputado
estadual no passado.
No governo Robinson Faria manteve-se discreto, até por não ter sido prestigiado pelo governador.
O maior trunfo de Fábio Dantas seria tornar-se conhecido gradativamente, oferecendo ao eleitor a opção que ele esperava.
É óbvio, portanto, que o nome de Fábio Dantas terá que ser maturado,
tido como candidato definitivamente e a partir daí serem aferidas as
tendências populares.
Colocá-lo numa pesquisa precocemente seria uma forma indireta de vetá-lo e abortar sua candidatura.
O mesmo não ocorre, por exemplo, com Carlos Eduardo, que além de ter
notoriedade e vida pública mais longa, administra a capital do Estado
pela terceira vez.
Mesmo assim, as pesquisas não lhe dão percentuais elevados, o que é normal.
A DECISÃO FINAL
O final de semana próximo será movimentado, com a decisão final tomada acerca dessa proposta dos senadores Garibaldi Alves e José Agripino.
O cenário começa a definir-se.
Pelo que se pode observar na expectativa popular para a eleição de
outubro próximo, as maiores chances de ganhar estarão justamente
naqueles candidatos que, no momento, não alcancem percentuais elevados
de votação nas pesquisas, mas que, igualmente, não sofram rejeição
elevada na opinião pública.
Em função disso surgem indagações como:
Será que o eleitor irá aguardar pelo surgimento do perfil do candidato, que lhe transmita confiança e experiência?
Será que, mais uma vez, a melhor pesquisa será o resultado das urnas?
Será que quem rir por ultimo rir melhor ?
Por fim, escolher candidatos através de pesquisas seria na
verdade uma forma de abortar candidaturas e vetar possíveis
concorrentes, ou novamente a montagem da reedição do “acórdão” de 2014?
Será?
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